Este trabalho foi realizado através da parceria entre a Professora Karina de Arte do ensino comum com a Professora Ana Paula de SAAI e com o Professor João Carlos de História, atualmente readaptado.
Este TCA (Trabalho Colaborativo Autoral) foi realizado com o 8º ano B - 2015. Esta turma possui 2 alunos com deficiência. Fato que contribuiu muito com o trabalho.
PREFEITURA
DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
SECRETARIA MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO
EMEF DIAS GOMES
2015
Trabalho Colaborativo Autoral
Aprender a Viver e Conviver com: AS DIFERENÇAS
Aprender a Viver e Conviver com: AS DIFERENÇAS
Professoras: Karina Sá, Ana Paula
Lopes Gomes, João Carlos Lopes Garcia
Turma: 8º ano B
Duração do projeto: ano letivo de 2015
Justificativa
O
ciclo autoral (7º, 8º e 9º ano do Ensino Fundamental) é caracterizado pela
construção de conhecimentos a partir de projetos curriculares comprometidos com
a intervenção social.
“Os
projetos curriculares visam à participação com autoria e responsabilidade na
vida em sociedade de modo que o aluno, ao intervir no âmbito das experiências
do grupo familiar e escolar, possa tornar mais justas as condições sociais
vigentes” (Plano de navegação do autor)
A
EMEF Dias Gomes possui cerca de 22 alunos com laudos médicos que apontam
diagnósticos de diferentes deficiências e transtornos globais do
desenvolvimento. Este é um alto número, comparado com outras escolas. Fato que
reflete a realidade da região em que fica a Unidade Educacional.
Segundo
os alunos do 8º ano B, ainda há muito preconceito com relação às pessoas com
deficiência, realidade que precisa ser alterada.
Partindo
destes pressupostos foi identificada a necessidade de se pesquisar de forma
mais esmiuçada para se (re) conhecer e desestigmatizar muitos conceitos
construídos ao longo da história que se perpetuam até os dias atuais, de forma
a identificar as pessoa com deficiência e TGD primeiramente como PESSOA,
sujeito de direito, capaz, independente das limitações que possua.
Objetivos
- Desafiar os alunos a pensarem em questões relacionadas à inclusão de pessoas com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento em diferentes situações de nossa sociedade;
- Estimular a participação com postura colaborativa, pró-ativa e autora em todas as etapas do projeto;
- Articular os saberes escolares para a transformação de uma realidade com a qual não se concorda;
- Propiciar momentos de reflexão grupal sobre a realidade vivenciada, gerando a busca de soluções para os problemas encontrados;
- Realizar pesquisas, entrevistas e visitas como fonte de conhecimento sobre a temática proposta;
- Produzir trabalhos artísticos baseados nos conceitos adquiridos;
- Desenvolver a leitura e a escrita através da prática.
Metodologia
- Pesquisas em diferentes meios de comunicação;
- Entrevistas com pessoas da comunidade;
- Visita ao NAISPD - Núcleo de Apoio e Inclusão Social de Pessoas com Deficiência localizado na região da Unidade Escolar;
- Produção de vídeo;
- Produção exposição com obras de arte inclusivas;
- Produção escrita.
Desenvolvimento
- Apresentação da proposta para a turma através de uma roda de conversa;
- Organização de grupos para entrevistar pessoas com deficiência ou seus familiares.
- Elaboração de forma conjunta, entre alunos e professor, do roteiro de perguntas para organizar a entrevista e distribuir a autorização de imagem para que as fotos e gravações realizadas nesta atividade possam fazer parte do trabalho
- Pesquisar e formular trabalho escrito sobre “a deficiência ao longo da história”
- Devolutiva das entrevistas e das pesquisas realizadas.
- Apresentação de cada grupo para a turma sobre as entrevistas realizadas contextualizadas com a pesquisa entregue.
- Apresentação de vídeos sobre pessoas com deficiência como disparador para discussões.
- Roda de conversa e preparo de “show de talentos” para apresentar em visita ao “Núcleo de Apoio e Inclusão Social de Pessoas com Deficiência – NAISPD”
- Visita ao NAISPD para troca de experiências.
A longa caminhada pelas ruas do bairro observando se há acessibilidade para pessoas com deficiência. |
Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer o espaço, entrevistar os funcionários que atuam neste ambiente, além de observar trabalhos realizados por pessoas com deficiência atendidos no local. |
Equipe do NAISPD com Professores da EMEF Dias Gomes |
A despedida do passeio |
- Relatório acerca das impressões adquiridas na visita ao NAISPD
- Roda de conversa sobre artistas com deficiência
- Pesquisa sobre os artistas Eliana Zagui e Paulo Henrique Machado.
- Apresentação de vídeos sobre mesmos artistas.
https://www.youtube.com/watch?v=f5y0mM9-XSs
- Estudo de trechos do livro: "Pulmão de aço" de Eliana Zagui
- Apresentação de Seminário sobre o trecho do livro estudado
- Produção de pinturas com a mesma técnica utilizada por Eliana Zagui
Professora Karina analisando a obra da artista Eliana Zagui que foi escolhida para realizar uma releitura.
Os alunos iniciaram a atividade com a técnica de pintura com a boca e posteriormente utilizaram as mãos.
Cada aluno ficou responsável por um dos quadros, que juntos montavam um quebra-cabeça.
Quadro pintado por Releitura feita pelos alunos do
Eliana Zagui 8º ano B/2015
- Reflexão acerca das impressões sobre o vídeo através de roda de conversa e atividade escrita.
- Produção de vídeo com mensagem para os artistas Eliana Zagui e Paulo Henrique Machado.
- Apresentação do vídeo produzido pelos alunos para artistas em visita das professoras ao Hospital das Clínicas.
Tive o imenso prazer de conhecer estes dois maravilhosos artistas!
Apesar de morarem em um hospital senti uma paz extraordinária durante toda a visita!
Já era fã, mas esta visita me fez admirá-los mais ainda...
- Construção de exposição acessível para pessoas com deficiência visual através da técnica de assemblage.
A
assemblage como técnica para produção artística inclusiva
A
pessoa com deficiência representa um público especial. Diante da cegueira, por
exemplo, como seria possível contemplar e interagir com alguma produção
artística sem a capacidade da visão? Essa permissão é alcançada quando as mãos
passam a representar os olhos.
A
Assemblage faz referência a produções artísticas construídas a partir da união
de vários objetos cotidianos. Por mais que o resultado final da obra produza um
novo objeto artístico, cada elemento utilizado para a sua formação permanece
com seu sentido original, possível de ser identificado através do toque e/ou do
olhar.
“De fato, a
deficiência visual traz repercussões para várias esferas da vida, inclusive
para a apreciação da arte. No entanto, a experiência estética não se dá apenas
pelo visual (...). No campo das artes visuais, um dos tipos de representação
visual acessível ao cego é a imagem tridimensional – em relevo (alto-relevo ou
baixo-relevo) ou escultura (modelada, entalhada ou construída). (...) Tão
importante quanto conhecer com as mãos, pessoalmente, aquilo que é inacessível,
talvez seja a possibilidade de o cego partilhar de uma dimensão da vida
cultural que é significativa para outras pessoas da nossa sociedade: a fruição
da obra de arte.”
(Escola Inclusiva:
Linguagem e Mediação. Lucia Reily, 2004)
- Exposição dos trabalhos realizados ao longo do ano para a comunidade escolar no “Dia da Família”.
- Trabalho escrito sobre todo o percurso do projeto e as aprendizagens adquiridas com o mesmo ao longo do ano.
Avaliação
A avaliação ocorrerá durante todo o
projeto. Será levado em consideração a participação durante as rodas de conversa,
a apresentação de trabalhos, a entrega das atividades dentro dos prazos pré
estabelecidos, bem como o envolvimento com o projeto.
Este projeto não
é imutável. Poderá ser reelaborado de acordo as necessidades que surgirem.
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